19 dezembro 2015

Dica de Leitura - Depois Daquela Viagem - Valéria Piassa Polizzi.



Livro: Depois daquela viagem
Autor: Valéria Piassa Polizzi
Editora: Ática
Ano: 1997
Páginas:288
Gênero: autobiografia


Sinopse: Valéria Polizzi relata com bom humor e descontração as farras com a turma de amigos, a dúvida entre "ficar" ou namorar, o despertar da sexualidade, a angústia diante do vestibular e muitas coisas que atormentam qualquer adolescente. Tudo isso seria perfeitamente natural se não fosse por um pequeno detalhe que iria fazer uma enorme diferença: Valéria contraiu AIDS aos 16 anos.
A autora mostra como, de repente, por causa de quatro letrinhas, sua vida passou por uma reavaliação radical. Ela expõe, sem meias palavras, como a doença mexeu com sua cabeça e com os seus sentimentos, ficando claro a sua resolução de preservar sua condição de ser humano a qualquer custo.

Olá leitores, como vão vocês? Vou dar dica de uma super leitura. Um livro que foi um grande presente pra mim, pois é uma leitura riquíssima e de muito aprendizado.

 Depois Daquela Viagem é o livro de Valéria, e é uma lição de vida de como reagir diante das surpresas da vida e não se colocar como vítima.
Valéria, adolescente de classe média, almejando um futuro brilhante pela frente, se descobre HIV positivo aos 16 anos, contraído de um namorado.
Ela começa passando muito mal e depois de algumas idas ao médico, o diagnóstico fatal. E aqui percebemos como cada um de nós podemos carregar, mesmo que inconscientemente a certeza de nada vai nos acontecer. Valéria chocada demora para perceber e acreditar naquilo. Valéria Piassa Polizzi contraiu o HIV em uma época que a Aids era considerada como "doença de gays" e pouco se sabia sobre o assunto. O choque foi grande, os médicos até se surpreenderam com o fato de uma mulher ter se infectado e sugeriram que ela não contasse para ninguém.
A autora nos conta um pouco de sua infância normal, saudável, como de qualquer criança, de sua entrada tranquila na adolescência, mas, devido á atitude inconsequente, recebe essa “sentença de morte” que era receber a notícia da AIDS (inicialmente chamada de câncer gay) nos anos 90. Hoje nosso sistema de saúde está bem preparado para lidar com os portadores da doença, que conseguem viver por mais tempo e de maneira mais saudável.

“É claro que nem tudo são flores e nesses anos todos houve períodos de grave depressão. Tomo diariamente de 9 a 12 comprimidos, entre coquetel, antidepressivos... Tenho que ter cuidados com a alimentação, praticar exercícios físicos... Mas é possível ter qualidade de vida.

Uma adolescente, com o mundo na palma da mão pronto pra ser explorado, agora limitada, refém do HIV. E apesar do baque inicial, ela segue na sua narrativa, mostrando sem se intimidar, que dá pra continuar a viver sabendo lidar com a doença. Valéria fala sobre as aflições que vive todo adolescente mediante vestibular, família, profissão, viagens, amigos, porém agora com a perspectiva de quem sabe que pode não viver tempo o suficiente para realizar seus sonhos e projetos. Que tenso!
Descreve os momentos difíceis e chocantes das crises que passa um portador de HIV, com sua “saúde” debilitada. É inspirador ver como Valéria é disposta a viver, quando nós, muitas vezes por tão pouco, desistimos de nossos sonhos, e como ela lida com toda a confusão da mente típicas do adolescente, as dúvidas, os desamores, as decepções, os sonhos, estes muitas vezes interrompidos ou até mesmo adiados pela doença. Valéria vive contra o tempo, que ela vê como maior empecilho para seus projetos.

“Eu que largara uma faculdade aos 20, por achar que não daria tempo de concluí-la, mais tarde retomei e fiz até pós – graduação. Publiquei outros livros. Dei palestras por todo o Brasil e no México. Viajei muito por esse mundo. Aprendi mais quatro línguas: inglês, espanhol, alemão e dialeto austríaco. Saltei de pára-quedas, fiz curso de mergulho, paguei minhas contas. Curti minha família e amigos. Casei, me separei, voltei com meu marido, e como qualquer outro casal, não sabemos o que acontecerá no futuro. Aproveitamos então o presente.”

A autora não fica se lamentando pela doença, mas sim, lamenta não ter sido responsável como deveria e ter se prevenido, e agora vai levar pela vida toda “o peso” da falha. Ela nos remete à profundas reflexões, que penso serem essenciais para nossa vida, pois temos o mundo nos esperando pra viver e nos deixamos aprisionar por medos. Adiamos sonhos por nada. Nos limitados a realizar o que queremos, da forma que queremos, presos a padrões sociais.
 Li este livro por recomendação de uma aluna e  serei eternamente grata. É uma leitura envolvente, e cheia de aprendizado. Apesar de ser de ter sido lançado há anos atrás, é um livro super atual, que dá show de lição de vida. Minha eterna admiração à Valéria. #recomendo

Fica aqui a minha dica ;-)
Mil beijos

Entrevista com  a autora no link abaixo ;-)

http://noticias.bol.uol.com.br/ciencia/2009/12/04/apesar-dos-efeitos-colaterais-do-coquetel-levo-uma-vida-normal-diz-autora-sobre-a-aids.jhtm

   Michelle Guerra




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